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quinta-feira, 21 de julho de 2011

O exercício físico no controle da Hipertensão Arterial Sistêmica em Idosos

    A  hipertensão arterial sistêmica (HAS) conhecida popularmente como pressão alta é uma das doenças com maior prevalência no mundo moderno e é caracterizada pelo aumento da pressão que o sangue exerce na parede das artérias. Valores de pressão arterial maior ou igual a 140/90 mmHg (sistólica e diastólica, respectivamente) com ou sem o uso atual de medicação anti-hipertensiva são considerados grau I de Hipertensão Arterial. Estudos comentam que alguns fatores inflenciam o surgimento desta patologia: a heditariedade, a obesidade, o sedentarismo, o alcoolismo, o estresse o fumo e outras causas. (Thompson, 2004).
Dados epidemiológicos revelam que 50 milhões de americanos sofrem de hipertensão arterial. Dados de uma pesquisa realizada pelo DATASUS em 2007 revelam que 35% da população brasileira acima de 40 anos tem Hipertensão Arterial.
O grau da hipertensão está relacionado a lesão do órgão alvo. Indivíduos com a pressão arterial acima de 160mmHg sistólica e 95mmHg diastólica  possuem índice de incidência anual de uma a três vezes maior para coronariopatia, insuficiência cardíaca congestiva, claudicação intermitente e acidente vascular cerebral do que indivíduos com a pressão arterial dentro dos padrões normais consideráveis (120/80 mmHg) (Thompson, 2004). Pressões arteriais elevadas provocam alterações nos vasos sanguíneos e na musculatura do coração. Pode ocorrer hipertrofia do ventrículo esquerdo, acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio, morte súbita, insuficiências renal e cardíacas e outros.
O controle desta patologia ocorre a partir da administração de fármacos anti-hipertensivos. Entretanto, os exercícios físicos apresentam efeitos benéficos significativos. Segundo Brum et.  al  os efeitos do exercício físico sobre a pressão arterial, demonstram através de trabalhos clínicos, o efeito hipotensor do exercício agudo principalmente em indivíduos hipertensos. Esse efeito hipotensor apresenta relevância, sendo o treinamento físico eficaz em atenuar a hipertensão arterial.
O treinamento físico pode desempenhar um papel profilático sobre a incidência de hipertensão. Paffenbargr et al. Verificaram uma redução substancial do número de casos de hipertensão entre os indivíduos que mantiveram a pratica regular de atividade física ao longo de alguma décadas, incluindo aqueles com historia familiar da doença. A redução dos níveis pressóricos de indivíduos hipertensos com o treinamento físico aeróbio tem sido amplamente demonstrada em literatura (GORGATTI, 2005).
Ainda podemos observar a resposta da pressão arterial em exercícios de força em idosos. Há mais de uma década, Fiatarone e colaboradores (1991) demonstraram que indivíduos acima de 90 anos de idade podem atingir ganhos de força em um período de apenas 8 semanas de treinamento. Através desses dados, pesquisadores passaram a enxergar uma nova perspectiva para o treinamento de força em idosos. Essa diretriz do treinamento proporcionou benefícios aos indivíduos da terceira idade, mesmo os que eram portadores de doenças crônicas, sendo elas associadas as melhoras funcionas, controle de determinadas patologias e melhora na qualidade de vida de uma forma geral.
Os benefícios relatados em relação ao prognóstico da doença fazem do exercício físico uma importante ferramenta no controle clínico da hipertensão, sendo listado pelo Colégio Americano de Medicina do esporte (ACMS) como uma das recomendações profiláticas para o controle desta patologia. Dessa forma, a prescrição de exercícios físicos pode ser um importante mecanismo de controle da HAS mesmo em indivíduos que já fazem o uso de fármacos anti-hipertensivos. Além disso, podem ser considerados uma ferramenta prática, acessível e menos agressiva.  
 
por Lívia Gouvêa
Professora de Educação Física
Centro Universitário da Cidade

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